"I hope the fences we mended
Fall down beneath their own weight"

John Darnielle

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quarta-feira, 26 de abril de 2017

Onde está a pressão?

A cinco jornadas do fim, as equipas já não alterarão a sua forma de jogar, nem corrigirão as suas insuficiências. As cartas estão lançadas: Benfica e FC Porto são, aliás, duas formações com uma ideia de jogo diferente, mas que se equivalem. O equilíbrio não quer dizer que o campeonato se vá decidir nas estratégias comunicacionais ou, como insiste o FC Porto, nas decisões das arbitragens. O campeão será escolhido dentro do campo, como tem acontecido nos últimos anos.

Com quinze pontos em disputa, a equipa que lidar melhor com a pressão será campeã. E os fatores a pressionarem o Benfica não são os mesmos que pressionam o FC Porto. Enquanto o Benfica está pressionado pela conquista de um tetra que seria inédito e por um abismo da vitória que persegue quem lidera competições durante muitas jornadas; o FC Porto encontra-se assolado por uma seca de títulos sem paralelos na história recente e, não menos relevante, pelo espetro de um investimento financeiro que se poderá tornar insustentável caso não regressem as vitórias. Até ver, o FC Porto revelou ansiedade nos momentos decisivos, claudicando quando esteve ao seu alcance assumir a liderança.

Por fora, corre um Sporting que passou a vencer quando deixou de estar pressionado. Alheado da disputa pelo título, o Sporting tornou-se uma equipa mais forte e que será determinante na escolha do campeão. É por isso também um Sporting mais perigoso aquele que o Benfica vai enfrentar no sábado. A menos que, como sempre acontece com os de Alvalade, o dérbi seja encarado com uma pressão adicional por ser o jogo que pode salvar a época.

publicado no Record de 17 de Abril